Lula em 2023: Desafios econômicos e tropeços políticos abalam o governo e o prestígio do presidente

Em 2023, o presidente Lula enfrenta uma situação econômica muito difícil, conforme demonstram os índices divulgados no início do ano. O IBC-Br, índice mensal do Banco Central que antecipa a variação do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou em janeiro uma taxa de -0,04%, evidenciando a persistência de uma má situação econômica. Além disso, o IBGE também divulgou uma queda de 3,1% no setor de serviços em janeiro, o mais importante do PIB.

Outro índice, o Monitor do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, reforçou a tendência negativa, apresentando um resultado ruim em janeiro de 2023. Ambos os índices concordaram na avaliação do crescimento do PIB em 2022, que foi de +2,9%, taxa igual à do IBGE.

Diante desse cenário, o mercado financeiro prevê, por meio do Boletim Focus (semanal) do Banco Central, que o PIB crescerá apenas 0,9% em 2023. Lula, então, tem de lidar com uma economia em situação difícil para retomar um crescimento econômico bem maior.

Quais foram os tropeços de Lula em 2023?

Além dos desafios econômicos, o presidente Lula enfrentou em 2023 várias questões que abalaram seu prestígio, incluindo algumas relacionadas a auxiliares e familiares. Entre os tropeços, estão:

– Declarações controversas durante a viagem à China, sobre a responsabilidade da Ucrânia no início da guerra contra a Rússia;
– Levar João Pedro Stédile, líder do MST, à China sem um propósito claro, que resultou em invasões de fazendas produtivas, sedes estaduais do Incra e até uma área da Embrapa Semiárido no Estado de Pernambuco após o retorno ao Brasil;
– A questão do deputado federal Juscelino Filho (União Brasil-MA), ministro das Comunicações de Lula, envolvido em denúncias de utilização de recursos públicos em benefício próprio e de familiares;
– A nomeação de Jorge Viana (PT-AC) para a Apex, uma agência governamental de promoção de exportações, que causou mudanças polêmicas, como a abolição do requisito de domínio do inglês para o exercício do cargo e contratação de assessores sem experiência em comércio internacional;
– A compra de móveis para uso na residência do presidente e sua esposa, no Palácio da Alvorada, incluindo um sofá no valor de R$ 65 mil e uma cama no valor de R$ 42,2 mil, que causou dano à imagem do presidente e de sua mulher.

Esses tropeços, somados à situação econômica enfrentada por Lula, podem ser explorados por adversários no debate político atual e na campanha.

A percepção é de que, talvez pela idade já avançada, ele esteja perdendo o controle do que fala e do que deixa seus funcionários fazerem. Seria importante para Lula evitar falas de improviso e recorrer a textos elaborados com sua orientação, mas revisados por auxiliares preparados, além de cuidar melhor do Brasil, em vez de se empenhar no projeto de tornar-se um líder mundial.