Ex-presidente Bolsonaro teria pedido a golpistas para orientar caminhoneiros a invadir Brasília

Em uma recente revelação, a mulher do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, Gabriela Cid, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria solicitado apoio de golpistas para instruir caminhoneiros a invadirem Brasília. O objetivo seria protestar contra a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

O que diz o relatório da Polícia Federal?

A troca de mensagens ocorreu entre Gabriela Cid e Ticiana Villas Bôas, filha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Ambas conversaram sobre a possibilidade de exigir novas eleições com voto impresso e a necessidade de pressionar o congresso. Ticiana sugeriu que o Exército deveria conversar com líderes dos caminhoneiros para delimitar suas reivindicações.

Gabriela confirmou que o ex-presidente Bolsonaro havia feito tal pedido aos golpistas, que deveriam também encorajar outras pessoas a irem a Brasília para dar suporte aos protestos.

Depredação em Brasília

De fato, em 8 de janeiro de 2023, centenas de apoiadores de Bolsonaro depredaram as sedes dos três poderes em Brasília, pedindo a anulação da eleição vencida por Lula e uma intervenção militar.

A consultoria jurídica e Ives Gandra

Em outra conversa, o advogado e professor Ives Gandra da Silva Martins deu parecer sobre a possibilidade de uma intervenção das Forças Armadas a pedido do major Fabiano da Silva Carvalho, aluno do curso de Comando e Estado-Maior do Exército.

Gandra mencionou que tal intervenção poderia ocorrer em situações extremas e que a situação atual não justificava tal ação.

No entanto, Ives Gandra afirmou que sua interpretação do artigo 142 foi distorcida por pessoas que desejavam uma intervenção militar. Ele também explicou que os militares respeitam a Constituição e não embarcariam em aventuras golpistas.

Reações e posicionamentos

A defesa de Mauro Cid afirmou que as manifestações defensivas serão feitas apenas no processo em andamento no STF. Por sua vez, o Exército emitiu nota declarando que comentários pessoais não representam a opinião da instituição.

As revelações dão conta de que houve uma tentativa de articular protestos e manifestações para contestar a legitimidade das eleições de 2022, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros apoiadores golpistas.