Como Ganhar Uma Renda EXTRA Assistindo Vídeos? Saiba Como Funciona

Uma proposta irrecusável! “Ganhe dinheiro assistindo vídeos”. Quem não fica impactado quando vê esse tipo de anúncio? E por algum momento imagina que esse é o emprego dos sonhos. Afinal, passamos horas no TikTok ou no Kwai todo dia -por que não lucrar com isso?

Aí que mora o perigo, é a famosa frase ” quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Será que funciona? Como é feito o pagamento? Será que há riscos para a minha privacidade?

Como funciona

Incrivelmente sim, esse modelo de negócios realmente existe e não é novo. A estratégia tem basicamente dois objetivos:

  • Aumentar adesão, audiência e engajamento;
  • Coletar informações cadastrais e dados sobre o comportamento dos usuários, que vão gerar inteligência de mercado, o grande produto do negócio.

Desvantagens: os valores pagos são muito baixos. Na maioria dos casos, eles nem são pagos em moeda brasileira, mas em criptomoedas ou cupons de serviços.

Empresas que oferecem esse trabalho

Um exemplo de plataformas que recompensam sua audiência é o TikTok. A cada três minutos de vídeos assistidos, o usuário ganha 300 rubis (a moeda do TikTok). Assim ao acumular 10 mil rubis, a pessoa ganha R$ 1. Esse valor pode ser sacado em espécie ou trocado por recarga de celular (quando atingir R$ 10).

Portanto, se a conversão te parece confusa, é proposital. Assim, você não consegue entender rapidamente quanto tempo teria de investir nesse “bico”. A resposta é desanimadora: para ganhar R$ 1, você teria que assistir a cerca de 1h40 de vídeos.

Em suma, o Kwai segue o mesmo modelo, com a diferença de que o valor alcançado também pode ser trocado por cupons de desconto em redes de fast food.

Todavia, em outras plataformas como o Cos.TV, Moon Bitcoin e TTV, os valores são revertidos em criptomoedas e cada uma traz uma regra diferente para materializar os ganhos.

Quais os riscos?

De fato, há sempre um risco à privacidade no momento em que estamos consumindo conteúdo na internet. Mas, ao se tornar audiência paga, esse risco é um pouco maior.

“A ampliação de acesso a mais uma rede, o uso de senhas parecidas, entre outros, ganham maior alcance pela mera questão da quantidade: nova rede, novos riscos. Por outro lado, se considerarmos a privacidade atrelada ao direito à qualidade informacional, ao letramento digital, podemos ter uma ampliação dos riscos”, alerta o advogado e diretor do IP.Rec, André Lucas Fernandes.

Dessa maneira, quando as empresas detêm um grande volume de dados comportamentais sobre os perfis das pessoas, há algumas questões sensíveis como vazamento e raspagem de informações ou utilização de dados como moeda de troca no mercado, além de outros problemas como a discriminação e a criação de “bolhas” – algo muito latente em períodos de campanha eleitoral.

Portanto, essas plataformas tendem a estudar, agrupar e categorizar diferentes grupos de perfis. “O risco de redução ou influência no espectro de escolhas que aparece a esses usuários pode ter um efeito nocivo, dependendo do tipo de conteúdo ou de escolha a que ele se refere”, explica.

Atenção as normas do contrato

O presidente da Associação Brasileira de Proteção de Dados (ABPDados), Renato Opice Blum, orienta que aqueles que aderem a esse tipo de remuneração por vídeos assistidos precisam antes consultar as condições relacionadas a esse pagamento.

“Muitas vezes, o tratamento de dados pode ser feito de forma excessiva ou não transparente. É importante atentar aos termos de uso e à LGPD”, afirma Opice Blum.

  • Analise a política de privacidade das plataformas
  • Não permita acesso a funções que não tenham a ver com a atividade em questão, por exemplo, acesso a suas mensagens privadas
  • Cuidado ao clicar nos links de vídeos e anúncios
  • Se possível, utilize aparelhos diferentes do uso pessoal para assistir aos vídeos.

LEIA MAIS: