Acordos entre Brasil e China prometem revolucionar agronegócio e reindustrialização nacional
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China em abril de 2023 trouxe importantes avanços nas relações comerciais entre os dois países. Com 15 acordos de cooperação assinados, há uma expectativa de que a relação bilateral traga benefícios para o agronegócio brasileiro, bem como investimentos para a reindustrialização do país.
Quais são os principais acordos firmados entre Brasil e China?
Entre os acordos assinados, dois são direcionados aos procedimentos para exportação de produtos de origem animal, como carne bovina congelada, suína e de frango. Isso é de grande interesse para o agronegócio brasileiro, já que esses produtos estão entre os mais exportados do Brasil para a China. Outros acordos visam avanços em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde, e infraestrutura.
Como a China pode contribuir para a reindustrialização do Brasil?
A busca por um equilíbrio na qualidade de produtos comercializados entre Brasil e China é um dos objetivos da visita de Lula. A China pode contribuir com a reindustrialização do país através da instalação de fábricas de empresas chinesas no Brasil, por exemplo.
No entanto, especialistas destacam que os acordos são genéricos e não tão específicos quanto muitos esperavam. De qualquer forma, a aproximação entre Brasil e China é vista como positiva, já que representa uma relação de reciprocidade e cooperação entre as duas nações, diferente das relações desiguais existentes entre o Brasil, Estados Unidos e União Europeia.
Além da cooperação econômica, houve também avanços em compartilhamento de informações aeroespaciais, construção de um satélite conjunto e no combate à pobreza. A aliança global contra a pobreza e a fome é um tema em que o Brasil tem muito a aprender com a China, que conseguiu reduzir significativamente os índices de pobreza em sua população.
Quais são os impactos geopolíticos dessa aproximação?
A relação amistosa entre Brasil e China também representa um posicionamento geopolítico do Brasil, reforçando sua independência frente às posições defendidas pelos Estados Unidos e União Europeia. A imprensa dessas potências hegemônicas lamentou a aproximação entre Brasil e China, evidenciando a importância dessa movimentação política.
A aproximação entre Brasil e China traz ainda maior peso para a proposta de comércio entre ambos os países em moedas locais, o que é visto como um ataque de Lula à hegemonia do dólar. Esse posicionamento coloca o Brasil na linha de frente na luta contra o imperialismo, o que pode gerar consequências futuras no cenário geopolítico mundial.