Reajustes do salário mínimo em 2023: Custarão R$ 40,8 bilhões ao governo

O impacto dos reajustes do salário mínimo no Brasil para 2023 será de R$ 40,8 bilhões, de acordo com dados do economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal de Barros. A partir de 1º de maio, o valor aumentará de R$ 1.302 para R$ 1.320, conforme determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A questão do salário mínimo é especialmente relevante para os gastos públicos, já que determina o piso dos benefícios previdenciários, como aposentadorias, pensões e auxílios. Caso o aumento tivesse sido mantido em R$ 1.302, o custo para 2023 seria de R$ 36 bilhões. Com a alta de R$ 18 no salário a partir de maio, a despesa adicional será de R$ 40,8 bilhões à União.

Qual a relação entre salário mínimo e benefícios previdenciários?

O salário mínimo serve como base para diversos benefícios previdenciários, entre eles aposentadorias, pensões e auxílios. Portanto, o aumento no valor do salário mínimo influencia diretamente as despesas públicas relacionadas a tais benefícios. Nos primeiros meses de 2023, o governo federal pagou R$ 1.302 para aqueles que recebem o piso das aposentadorias. A partir de maio, esse valor passa para R$ 1.320.

Como foi a evolução do salário mínimo nos últimos anos?

Em 2022, o salário mínimo era de R$ 1.212, tendo sido reajustado para R$ 1.302 em 1º de janeiro de 2023 – uma alta anual de 7,4%. Com a recente decisão de aumentar o valor para R$ 1.320, o reajuste passa a ser de 8,9%.

Qual é a previsão para a política de valorização do salário mínimo a partir de 2024?

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, anunciou recentemente que o governo enviará um projeto de lei ao Congresso Nacional com o objetivo de estabelecer uma nova política de valorização do salário mínimo. A partir de 2024, o cálculo será baseado em dois indicadores econômicos: a inflação (variação de preços do ano anterior) e o PIB (variação da atividade econômica dos dois anos anteriores). Essa fórmula foi utilizada no governo Dilma Rousseff (PT), atual presidente do Banco dos Brics.

Segundo os cálculos do economista Gabriel Leal de Barros, caso essa política seja implementada, o salário mínimo poderá passar de R$ 1.320 para R$ 1.433 em 2024, implicando uma elevação de R$ 113. Neste cenário, o custo para as contas públicas atingiria R$ 45,2 bilhões no próximo ano.