Lava Jato: Fernando Haddad se encontra com empreiteiros investigados em Angola

Na semana passada, uma reunião de alto nível aconteceu na capital angolana, Luanda, entre representantes das empreiteiras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Novonor (antiga Odebrecht), que estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato, e o ministro Fernando Haddad. Este importante encontro de negócios ocorreu durante uma visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país africano.

De acordo com fontes próximas ao evento, a reunião ocorreu pouco depois de Lula anunciar que o Brasil retomará seus investimentos em Angola nas áreas de saúde, turismo sustentável, comércio, agricultura, pecuária e transferência de tecnologia. Essa decisão representa uma tentativa de reforçar os laços políticos e comerciais entre os dois países.

O que foi discutido no encontro com Haddad?

Três mandatários das empreiteiras investigadas e outros 15 empresários, voltados a negócios agropecuários e de engenharia, participaram do encontro com Fernando Haddad. Segundo relatórios do jornal O Estado de São Paulo, os empresários pediram ao governo uma linha de crédito de US$ 100 milhões para projetos em Angola. O Ministério da Fazenda, no entanto, ainda não respondeu oficialmente sobre a solicitação.

O que significam os investimentos brasileiros para Angola?

Durante seu discurso na Assembleia Nacional de Angola, o presidente Lula destacou a importância de inaugurar uma nova agenda de cooperação com o país africano. Ele enfatizou ainda que as contribuições brasileiras do passado, nas áreas de rodovias, saneamento, abastecimento de água e geração e distribuição de energia elétrica, foram um ponto de orgulho e que o Brasil tem condições de continuar sendo um grande parceiro no desenvolvimento de Angola.

Como os empresários e o governo estão lidando com a situação?

O Ministério da Fazenda e as empreiteiras foram procurados para comentar sobre a reunião e o suposto pedido de financiamento, mas até agora não atenderam ao pedido. Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão se abstiveram de comentar sobre a reunião. Já a Novonor afirmou que o pedido de US$ 100 milhões não partiu das construtoras, mas sim do setor do agronegócio.

Ao Estadão, Haddad confirmou que orientou os empresários a procurarem o Congresso para solicitar a liberação do dinheiro, comprometendo-se a adotar mecanismos de transparência e controle para evitar futuros escândalos de suborno e pagamento de propina.